Auriculoterapia francesa
Quando o assunto é auriculoterapia há dois estilos popularmente conhecido e praticado, a escola chinesa e a escola francesa. Enquanto a primeira é milenar, a segunda surgiu durante a década de 50 do século passado.
Não que a francesa seja uma derivação da chinesa, mas sem dúvidas usou seus preceitos básicos. Um olhar mais de perto apresenta as diferenças entre uma e outra, que vão desde os locais dos pontos ao tipo de diagnóstico.
Um método menos invasivo
O método francês realiza o estímulo dos pontos meridianos presentes no pavilhão auricular com base na reflexoterapia. Esta usa o laser ou aparelho difusores de eletricidade sobre pontos em que se consideram correspondentes com órgãos e lugares do corpo. Portanto, esta acaba por ser uma das principais diferenças entre a auriculoterapia francesa e chinesa. O não uso de sementes, agulhas ou qualquer outro tipo de método invasivo para fazer pressão nos pontos medianos.
Como surgiu a auriculoterapia francesa
Seu início remonta a metade do século XX, quando o Dr. Paul Nogier recebeu em seu consultório alguns pacientes que tinham cauterizações na orelha. Ao questionar o que seria, foi informado que se tratava de uma técnica usada por uma curandeira da cidade de Marselha. O propósito era aliviar dores causadas de inflamações da ciática. Foi a partir deste caso, que o francês aplicou os princípios da reflexologia e criou a Teoria do Feto Invertido.
De uma maneira mais simples de explicar, ele correlacionou a parte da anti-hélice da orelha com a coluna vertebral, porém com as vértebras lombares para cima e as cervicais para baixo. Ele criava, então, um microssistema em que era possível refletir as mudanças fisiológicas. Esta teoria pensa que o pavilhão auricular é semelhante a um feto no útero materno, o que revolucionou os estudos da auriculoterapia.
O método chinês também compreende o formato de um feto em posição invertida, mas criou um mapa bem mais elaborado que o francês. Enquanto o novo método usa somente 30 pontos, a do oriente tem um número próximo de 200 pontos, resultado da contribuição de inúmeros profissionais. Estes ainda estão concentrados em localização perto das áreas anterior e posterior da orelha. A cartografia de uma e de outra são diferentes.
Diagnóstico e pontos
Para realizar o diagnóstico do paciente, a auriculoterapia francesa usa a pulsologia francesa, além do V.A.S. Enquanto a chinesa avalia a orelha seguindo as especificações do MTC. Mesmo com os caminhos diferentes, seus diagnósticos são específicos. A neurofisiologia é parceira do método francês, cada ponto reage em locais específicos e estilos diferentes para cada doença.
Para determinar os pontos para cada órgão ou região do corpo, o Dr. Paul Nogier realizou pesquisas e estudos. Ele foi experimentando ligar todas as diferentes partes da orelha ao endoderma, mesoderma e ectoderma. Assim ficou mapeado:
- Endoderme – Vias áreas superiores: pulmões, diafragma, estômago, vesícula biliar, pâncreas, fígado, intestino e bexiga.
- Derme – Mesoderme: todos os músculos, incluindo o coração, esqueleto, crânio, órgãos genitais e rins.
- Sistema Nervoso Central – Ectoderme: tronco encefálico e medula, sistema nervoso periférico, epiderme e seus anexos (pelos, unhas e glândulas).
Por fim, algo importante. Somente profissionais qualificados podem realizar a auriculoterapia francesa e os seus procedimentos complementares. Trata-se de uma técnica terapêutica complexa que deve ser feita por pessoas que tenham formação e domínio sobre ela.